As escolas atuais possuem pirâmides funcionais.
Assisti recentemente uma demonstração do que não fazer para agradar os pais sobre como funciona uma escola.
Em uma reunião de “Boas Vindas” para um grupo de pais que pretendiam transferir seus filhos do ensino fundamental de outras escolas para o ensino médio de uma nova escola que se instalava no bairro, um “dono” de escola se propôs a fazer uma palestra de como a escola dele funcionava.
Ele apresentou a metodologia de ensino da escola, o regulamento, e finalmente, em PowerPoint, as instalações da escola (que de longe eram melhores que todas as escolas já instaladas na região).
Em um determinado momento da reunião, nervoso, ele acendeu um cigarro, em pleno auditório.
Quando um pai o interpelou sobre o cigarro, ele disse: “Não se preocupem, apenas a direção era permitida fumar na escola…”.
Outro pai perguntou por qual motivo os outros integrantes da “equipe de educação” da escola não estavam também ali para se apresentarem?
A resposta dele foi rápida: “Não se preocupem, pois eu sou o responsável por tudo o que acontece nessa escola, e qualquer pergunta que qualquer um deles pudesse responder para vocês, eu poderei responder melhor….”
Não preciso dizer que a apresentação foi um fiasco e que a escola sofreu com cancelamentos em massa de inscrições.
O que aconteceu de errado?
A escola onde um manda e o resto obedece já é coisa do passado.
O que se espera das Organizações Escolares hoje é que elas sejam moldadas por processos.
Onde cada um consiga explicar sua parte do processo em um trabalho de equipe.
Onde o “dono” da escola falhou?
Ele assumiu que o que os pais gostariam de ouvir que a escola tinha “dono” e que seus filhos estariam protegidos nela.
E o que os pais gostariam na verdade de saber é se a escola tinha uma organização onde seus filhos receberiam educação de qualidade.
Na cabeça de quem se acha “dono”, a escola acaba sendo a sua casa, onde fumar um cigarro não traria mal nenhum.
Desde que, quem fumasse fosse da diretoria….